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6.1.24
O homem que ficou milionário usando matemática na loteria
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Stefan Mandel e uma de suas apostas - Divulgação |
O homem que ficou milionário usando matemática na loteria
No dia do sorteio da Mega da Virada, veja a história do matemático que ganhou 14 vezes na loteria em várias partes do mundo
Quem nunca sonhou em ficar milionário jogando na Mega-Sena? O matemático Stefan Mandel também tinha esse sonho e decidiu utilizar sua habilidade com os números para aumentar as chances de ganhar na loteria. Spoiler: ele conseguiu.
Mandel se formou em matemática e era doutor em economia. Esse conhecimento foi fundamental para que ele ganhasse 14 vezes na loteria em diversos países diferentes, acumulando um prêmio milionário (e diversas acusações de fraude).
Em 1970, o matemático começou a trabalhar em um método para ganhar na loteria. Ele usou suas habilidades para chegar a uma fórmula para quebrar o sistema. Depois de uma pesquisa minuciosa, o matemático criou um “algoritmo de escolha de números”, baseado em um método que ele chamou de “condensação combinatória”.
O algoritmo de Mandel funciona da seguinte maneira: ele divide os números possíveis para a loteria em grupos, de acordo com suas probabilidades de serem sorteados. Em seguida, ele gera um número de bilhetes para cada grupo, de modo que a probabilidade de ganhar o prêmio máximo seja alta.
Mandel usou seu algoritmo para ganhar na loteria pela primeira vez na Austrália, em 1987. Ele ganhou o prêmio de 27 milhões de dólares australianos.
Algoritmo da loteria envolveu mais gente
Obviamente, nem sempre sua tática deu certo e ele chegou a ter problemas. Na Virgínia, nos Estados Unidos, a equipe do matemático, responsável por comprar milhares e milhares de bilhetes, conseguiu perder o que estava com os números corretos.
O homem foi preso várias vezes por suas atividades, mas nunca foi condenado por fraude. As autoridades alegaram que ele estava usando um esquema para enganar as loterias, mas Mandel sempre alegou que estava simplesmente usando suas habilidades matemáticas para aproveitar as probabilidades a seu favor.
Em 2013, Mandel foi expulso dos Estados Unidos por violar as leis de imigração. Ele atualmente mora em Vanuatu, uma pequena ilha no Pacífico.
Matéria do site Olhar Digital - Por Lucas Soares
25.12.23
Valdivino Sousa, revela que nem sempre é fácil comemorar seu aniversário na véspera de Natal
Apesar do sucesso acadêmico, o Matemático e Pedagogo Valdivino Sousa revela que nem sempre é fácil comemorar seu aniversário na véspera de Natal. A data, que já é marcada por festividades natalinas, muitas vezes acaba ofuscando o momento especial de celebrar mais um ano de vida.
Durante a semana que antecede o Natal, as ruas ficam ainda mais movimentadas com pessoas em busca dos presentes perfeitos e muitos compromissos surgem para organizar as festividades de final de ano. Nesse turbilhão de preparativos, é comum que amigos e familiares esqueçam de parabenizar o Professor por seu aniversário.
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Aniversário de Valdivino Sousa 24/12 |
Segundo o professor, é necessário sempre lembrar as pessoas sobre a data especial, o que pode acabar gerando certo desconforto. "Às vezes tenho que estar falando para os amigos que hoje (24/12) é meu aniversário", conta Valdivino Sousa
Apesar das dificuldades, para ele o ano de 2023 enxerga como positivo, e um dos objetivos que alcançou foi que conseguiu concluir sua graduação em Psicologia e continua seu mestrado em Educação, o que é motivo de comemoração e orgulho para ele. "Foi um ano de muito estudo e dedicação, e na minha avaliação foi um ano positivo", afirma Sousa.
Da redação, publicado em 25/12/2023
11.12.23
‘Existe a possibilidade de a inteligência artificial se tornar consciente’, diz professor de Oxford
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Matemático e professor da Universidade de Oxford Marcus du Sautoy. — Foto: Divulgação / Universidade de Oxford |
‘Existe a possibilidade de a inteligência artificial se tornar consciente’, diz professor de Oxford
Matemático Marcus du Sautoy não acredita em futuro distópico, mas afirma que ‘poderíamos falar de uma nova espécie’ se tecnologia chegar a esse ponto
Não é habitual que uma aula de matemática se desenrole entre risos, mas Marcus du Sautoy, de 58 anos, torna isso possível. O matemático, músico, torcedor do Arsenal e professor de Compreensão Pública da Ciência da Universidade de Oxford, no Reino Unido, aproveita tudo que pode para aproximar as pessoas da ciência.
Em suas apresentações, costuma utilizar todo um repertório de jogos, músicas, teatro e truques de mágica para convidar o público ao “emocionante mundo da matemática”. É o que demonstrou no último dia 21, numa conferência organizada em Madrid pela Real Sociedade Espanhola de Matemática e pela universidade privada IE, na qual conversou com os jovens que serão “os cientistas do futuro”.
O último livro dos 10 que publicou é justamente sobre os segredos de alguns dos melhores jogos da história – como pedra, papel, tesoura ou Banco Imobiliário – e sua relação com os números. Em “A volta ao mundo em 80 jogos” (sem edição brasileira) ele conta como esses hobbies proporcionaram as primeiras oportunidades para uma compreensão profunda do mundo, e como a matemática e os jogos são essenciais para a psicologia e a cultura humanas.
Neste contexto, Du Sautoy fala em entrevista ao El País sobre como os jogos são “locais muito bons para permitir que a inteligência artificial (IA) opere com segurança e mostre as suas capacidades”. Ele fala ainda sobre os desafios da tecnologia, embora se considere “um tecno-otimista”.
Confira a entrevista na íntegra no link: https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2023/12/11/existe-a-possibilidade-de-a-inteligencia-artificial-se-tornar-consciente-diz-professor-de-oxford.ghtml
Fonte: O globo
25.11.23
O pensamento matemático é a conexão que permite uma compreensão do nosso ambiente
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Foto: Reprodução Instagram |
O pensamento matemático é a conexão que permite uma compreensão do nosso ambiente.
Quando falamos de pensamento matemático queremos dizer que alguém tem uma conexão de compreensão do ambiente em que está inserido, e que este pensamento estabelece habilidades de realizar operações matemáticas, de modo que este raciocínio matemático possibilita alinhar um comportamento do cotidiano.
Sendo assim, o comportamento matemático está relacionado ao pensamento matemátco, pois ambos se unem na mesma proposição, ou seja, o pensamento matemático e comportamento matemático são semelhantes.
21.10.23
Dia Nacional da Matemática é comemorado neste sábado, (06)
Dia Nacional da Matemática é comemorado neste sábado, (06)
Neste sábado, 06 de maio, é comemorado o Dia Nacional da Matemática. A origem da data comemorativa está ligada ao aniversário do matemático brasileiro Júlio Cézar de Mello e Souza, mais conhecido por seu pseudônimo Malba Tahan, que nasceu exatamente em 06 de maio de 1895. Institucionalmente, a data começou a ser pensada como dia dedicado à reflexão sobre a educação matemática em 2004, quando a então deputada Raquel Teixeira propôs um projeto de lei para tornar o dia 06 de maio o Dia da Matemática no Brasil. Mas, é somente em 2013, a partir da sanção da Lei 12.835, em 26 de junho, que a data passa a fazer parte oficialmente do calendário nacional.
Mas afinal, você sabe quem foi Malba Tahan?
Um pouquinho de História …
Júlio Cézar de Mello e Souza, ou melhor, Malba Tahan, foi um matemático, professor, escritor e jornalista brasileiro importantíssimo para o desenvolvimento da Matemática no país. Nascido no Rio de Janeiro, ele usou o pseudônimo excêntrico, de origem árabe, para se lançar como escritor, estratégia que funcionou bastante em uma época em que publicar livros era bem complicado.
Tornou-se referência na área das Ciências Exatas por ensinar, através de suas publicações, que a Matemática está presente no dia-a-dia de diferentes formas e pode ser encarada como uma aventura cheia de nuances e desafios. Suas obras, consideradas importantes para difusão da Matemática no Brasil pelo caráter didático, interativo e divertido, incentivam de uma forma dinâmica e criativa, a pensar a Matemática para além dos números puros e frios.
Entre suas inúmeras publicações na área, uma das mais conhecidas é a intitulada O homem que calculava, que se utiliza de histórias inspiradas na cultura árabe para despertar o interesse dos leitores pelos cálculos. No livro, problemas matemáticos são resolvidos a partir da contextualização com as histórias vividas pelos personagens, fórmula que Malba acreditava ser a mais eficaz para o ensino da Matemática enquanto Ciência.
A Matemática no cotidiano
Embora ainda seja taxada de difícil, a Matemática está presente no nosso dia a dia em vários aspectos. Você pode até não perceber, mas ela está ao seu redor o tempo todo, desde a vestimenta até o lazer. É o que destaca Flávia Sousa Oliveira, egressa do curso de Matemática ofertado pela UFT através do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). “Ao longo da história da humanidade podemos notar que a Matemática sempre esteve presente em diversas culturas, contribuindo para a evolução da humanidade. Vale destacar, que ela é uma Ciência fundamental no processo de ensino-aprendizagem, pois condiciona os estudantes a despertarem um pensamento crítico, raciocínio lógico e estruturação de conceitos e técnicas para compreensão de fenômenos e resolução de problemáticas. Destaco também, a contribuição da Matemática para humanidade em todas as áreas de conhecimentos, bem como, a sua aplicação em diferentes tecnologias e invenções como edifícios, pontes, aviões, computadores, carros, entre outros, que fazem parte da nossa vida cotidiana. Por exemplo, o avião só voa por causa das equações matemáticas descobertas por Daniel Bernoulli no século XVIII”.
Flávia também pontua que, ainda que seja vista na maior parte das vezes como difícil, há outras maneiras de ver a Matemática, como o próprio Malba propôs em suas obras e ressalta a importância do estudo desta Ciência: “Malba Tahan lecionava Matemática e criava novas técnicas de ensino com o intuito de tornar essa disciplina mais interessante para seus alunos. Estas técnicas estavam conectadas às histórias, jogos, problemas e desafios matemáticos. É considerada uma matéria mais difícil e complexa, mas é notório as suas inúmeras contribuições para a sociedade. Realmente vale a pena aprender, pois através dela podemos literalmente conquistar o mundo. Se estes matemáticos, que vemos nos livros de História tivessem desistido na sua primeira tentativa, hoje não teríamos celular, Wi-Fi, carro, moto, avião, notebook e diversas outras invenções que sem a matemática não seriam possíveis. Por isso, parabenizo a todos os matemáticos que se dedicam nesta profissão de ensinar com perfeição”, conclui a egressa.
Fonte: UFT Univeridade Federal de Tocatins
17.10.23
Matemático Richard Evan Schwartz consegue provar a conjectura de Halpern-Weaver
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Fita de Möbius feita de papel e adesivo — Foto: David Benbennick/Wikimedia Commons |
O Matemático e Pesquisador dos EUA teria solucionado enigma de 50 anos da matemática, Richard Evan Schwartz, da Universidade Brown, conseguiu provar a conjectura de Halpern-Weaver, que se refere ao tamanho mínimo para fitas de Möbius.
Seundo a matéria do site Revista Galileu qualquer pessoa, até uma criança, pode construir fitas de Möbius. É bastante simples: basta pegar uma tira de papel, dar um giro e depois colar as extremidades.
Leia a matéria no link abaixo:
Com informações site Revista Galileu
18.6.23
Como pensamento computacional e pensamento matemático se relacionam?
Em uma sociedade tecnológica, com diversas plataformas que usamos diariamente baseadas em algoritmos, tornou-se comum pensar que a matemática e a computação estão diretamente conectadas. Mas qual é, de fato, a relação existente entre pensamento matemático e pensamento computacional?
De acordo com as pesquisadoras Lucy Rycraft-Smith e Cornelia Connolly, da Universidade de Cambridge, o primeiro envolve a aplicação de habilidades para resolver problemas matemáticos, enquanto o segundo é uma abordagem para resolver problemas que poderia ser implementada em um computador. Em comparação com o pensamento matemático, o pensamento computacional é uma área relativamente nova de pesquisa.
Apresentado pela pesquisadora Jeannette Wing em 2006, o termo Pensamento Computacional envolve um conjunto de competências e habilidades relacionadas com os conceitos fundamentais da Ciência da Computação, cujo desenvolvimento é fundamental, não apenas para cientistas da computação.
Ambos os pensamentos são processos inter-relacionados e complexos. Por isso, compartilhar informações sobre eles ajuda os estudantes a enxergar essas conexões. “O pensamento computacional está ligado ao desenvolvimento do raciocínio lógico”, aponta Mônica Mandaji, presidente do Instituto Conhecimento para Todos, parceiro da Fundação Telefônica Vivo.
“O estudante pode usar o pensamento computacional na matemática, na ciência, na física, na língua portuguesa, pois trata-se de uma forma de pensar, onde vou isolando partes para construir os conceitos. Quando se domina essas relações, a matemática fica muito mais simples, assim como outras disciplinas, porque o estudante consegue trabalhar com pequenos problemas, e não direto com problemas grandes”, afirma Mônica, que também é professora doutora na área de currículo e tecnologia.
Pensamento computacional na BNCC
No Brasil, os resultados de avaliações nacionais e internacionais – como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) – mostram que boa parte dos estudantes não apresenta o nível básico de proficiência em Matemática. Essas avaliações têm como foco a resolução de problemas, exigindo que os alunos possuam a capacidade de interpretar as situações problema e de definir estratégias para resolução de problemas a partir da utilização de conteúdos matemáticos.
Buscando modificar essa realidade, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em dezembro de 2018, prevê o desenvolvimento de um conjunto de competências e habilidades ao longo da Educação Básica brasileira com o propósito de preparar os estudantes para compreender e solucionar problemas em situações cotidianas. Nesse sentido, na área da Matemática uma das habilidades previstas é o desenvolvimento do pensamento computacional desde o ensino fundamental.
“Na BNCC, o pensamento computacional está muito ligado à questão da matemática, mas existe um movimento para que esse pensamento seja utilizado de maneira transdisciplinar – não somente atrelado à matemática, mas às diferentes áreas do conhecimento.
Assim, diversos estudos têm sido conduzidos com o propósito de investigar os benefícios atrelados à integração do pensamento computacional como uma atividade transversal ao currículo das disciplinas desde a Educação Básica. Eles sugerem que a inserção deste modo de pensar contribui para a organização do pensamento e para a resolução de problemas.
Pensamento computacional na formação de docentes
Nesse cenário, é fundamental apoiar docentes a aprender mais sobre o pensamento computacional, além de também demonstrar como ele poderia apoiar a aprendizagem numa variedade de contextos.
Segundo Mônica, alguns elementos do pensamento computacional fazem parte da prática pedagógica de professores desde a educação infantil, porém não são nomeados dessa forma. “Por isso, talvez ele não tenha a clareza necessária para dar o próximo passo, mas o passo inicial ele já tem. No Instituto, temos trabalhado muito no processo de mostrar para o professor que ele já faz uso do pensamento computacional e de que forma a BNCC lhes dá novos elementos para aprofundar isso.”
O que os conecta?
Tanto pensamento matemático quanto computacional são metodologias de solução de problemas, pois envolvem o reconhecimento de padrões nas estruturas do problema. Eles também envolvem processos como decomposição, algoritmos e modelagem. Ainda têm em comum estratégias heurísticas e comportamentos mais gerais de solução de problemas, como pensamento abstrato e metacognição, tentativa e erro, ambiguidade, flexibilidade e a capacidade de considerar e avaliar múltiplas formas de solução. Por fim, ambos os tipos de pensamento podem ser desenvolvidos em qualquer idade.
Impacto nos estudantes e mercado de trabalho
A inserção do pensamento computacional nos currículos tem impacto direto no desenvolvimento do pensamento matemático dos estudantes desde os primeiros anos escolares. “A criança, principalmente nos anos iniciais, aprende brincando, de forma lúdica. Isso acaba sendo legal para o aprendizado da matemática”, reflete Mônica. “Então, o cérebro se acostuma a pensar desta forma, e esses estudantes terão um aproveitamento muito melhor ao avançarem em seu desenvolvimento.”
Também é necessário lembrar que um estudo, apoiado pela Fundação Telefônica Vivo, mostrou que 98% dos jovens brasileiros que estão hoje no ensino médio das redes públicas querem uma escola que os prepare para o mercado de trabalho, enquanto 92% esperam que ela os ajude a escolher em quais áreas pretendem aprofundar seus estudos. E as profissões ligadas ao setor de Tecnologia da Informação (TI) estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho.
“A cada dia que passa, novas profissões vão exigir cada vez mais esse raciocínio lógico, envolvendo pensamento matemático e computacional aplicados em conjunto para a resolução de problemas”, finaliza Mônica.
4.6.23
Morre o Matemático Adilson Gonçalves, professor da UFRJ
O professor aposentado da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Adilson Gonçalves faleceu nesta terça-feira (30). Doutor pela Universidade de Chicago (EUA), o matemático se dedicou aos estudos da Álgebra e mais precisamente à Teoria dos Grupos.
Autor do livro “Introdução à
Álgebra”, publicado pelo IMPA, em 2017, Gonçalves reuniu na
obra noções de conjunto, função, relação de equivalência, anéis, corpos,
polinômios e grupos.
Nascido no Rio de Janeiro, o matemático graduou-se pela UFRJ, em
1965; concluiu o mestrado e o doutorado pela Universidade de Chicago (EUA) e o
pós-doutorado pelas Universidades de Toronto (Canadá) e da Flórida (EUA). No
Brasil, ele foi professor da Universidade de Brasília e das federais de
Pernambuco e do Rio de Janeiro, onde se aposentou como professor titular.
Gonçalves lecionou ainda na Universidade Estadual do Norte Fluminense e na
FGV-RJ (Fundação Getúlio Vargas).
Gonçalves foi ainda um nome importante em diversos eventos da
área. Ele coordenou o 12º Colóquio Brasileiro de Matemática (CBM), realizado em
Poços de Caldas (MG), em 1979. Antes, ele já havia ministrado um curso
elementar de Introdução à Álgebra durante a 11º edição do CBM, em 1977, e integrou
uma sessão especial de Álgebra na realização do 9º colóquio, em 1973.
Ele integrou ainda a Comissão Organizadora de
três edições da Escola de Álgebra nos anos 1972, 1974 e em 1978.
Leia abaixo a nota publicada no site da UFRJ
"O CCMN tem a tristeza de informar o falecimento, nesta terça-feira 30.05.2023, do Professor Titular aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Adilson GONÇALVES. O Prof. Adilson, graduado em Matemática pela UFRJ (1965), Mestre em Matemática pela Universidade de Chicago-USA (1968), doutorado em Matemática pela Universidade de Chicago-USA (1971), possuía dois pós-doutorados, o primeiro pela Universidade da Flórida-USA (1997) e o segundo pela Universidade de Toronto-Canadá (1984). O Prof. Adilson também foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Universidade Nacional de Brasília (UNB), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), da qual foi reitor em 1999.
Considerado
um dos grandes algebristas do Brasil, o Prof. Adilson foi Pesquisador Titular
do CNPq e teve várias publicações em revistas nacionais e internacionais e,
notadamente, 4 livros sobre álgebra que são reconhecidos pela comunidade
matemática brasileira. Foi orientador de várias dissertações de mestrado e
teses de doutorado, sendo reconhecido como um professor de inigualável didática
e excelente domínio da álgebra.
O
Professor Adilson foi, junto com outros 5 colegas, um dos mentores e criadores
da Educação a Distância no Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ) nos anos 90. O
jovem carioca Adilson, nascido em 10 de maio de 1939, jogou futebol pelo time
do Bangu (ponta direito) embora tivesse o coração totalmente Flamenguista.
O Corpo do Professor Adilson GONÇALVES foi velado e cremado
hoje, 01.06.2023, no Memorial do Carmo na cidade do Rio de Janeiro.
A Decania do CCMN se une a todos os seus docentes,
discentes e técnicos administrativos em educação para prestar os sentimentos de
pesar a toda a família enlutada."
26.10.22
Dia do Matemático: Professor destaca algoritmos de compressão de dados como potencial do setor
Em entrevista ao FGV Notícias, o professor revelou a importância da Matemática Aplicada na capacidade de armazenamento de grande número de dados e na resolução de problemas que antes só eram possíveis com papel e caneta.
A matemática pode explicar tanto a raiz dos problemas quanto a solução para eles. Todo desafio seja ele de natureza financeira, política, de segurança ou saúde pode ser representado por modelos matemáticos. Hoje, 26 de outubro, é comemorado o dia do Matemático. Para homenageá-los, o FGV Notícias conversou com Vicent Guigues, professor da Escola de Matemática Aplicada (FGV EMAp).
A Matemática Aplicada é uma vertente dessa ciência que representa o eixo que colabora com os diversos setores do conhecimento como, por exemplo, bancos, varejo e empresas de internet com algoritmos para inovar.
Em entrevista ao FGV Notícias, o professor revelou a importância da Matemática Aplicada na capacidade de armazenamento de grande número de dados e na resolução de problemas que antes só eram possíveis com papel e caneta. Destacou também os novos algoritmos do Google, a linguagem de programação e a relevância do GPS como instrumento de impacto do setor na era digital.
Para ver a entrevista assista ao vídeo
Como a aceleração digital impactou a Matemática Aplicada?
Para essa pergunta temos que definir primeiro a aceleração digital. Entendo como o desenvolvimento da internet, da computação e no crescimento de computadores, smartphones cada vez mais rápidos, de HDs capazes de armazenar grandes volumes de dados.
Em particular, a chegada dos computadores nos permitiu resolver problemas matemáticos que simplesmente não conseguíamos resolver, somente com papel e caneta.
O desenvolvimento de computadores cada vez mais rápidos possibilitou o desenvolvimento de problemas matemáticos de grande porte, como por exemplo nas áreas de equações diferenciais, otimização e estatística.
Quais são os diferenciais da aceleração digital aplicados à área?
Podemos hoje em dia usar computadores para resolver equações diferenciais que modelam a evolução do tempo. Além disso, é possível usar a tecnologia para resolver problemas de otimização de grande porte que vão modelar aplicações da vida real, como por exemplo em finanças para gestão de ativo passivo e em logística para problemas de roteamento.
A Amazon, por exemplo, tem um grande grupo de pesquisa operacional para modelar seus problemas de roteamento e determinar estratégias de entrega.
Quais os benefícios da aceleração digital para a área de Matemática Aplicada?
Diria que todas as áreas da Matemática Aplicada se beneficiaram com a aceleração digital que nos permitiu resolver problemas matemáticos de grande porte usando, em particular, computação em nuvem e programação GPU.
Hoje em dia podemos pensar em sistemas inteligentes que tratam os dados em tempo real. Um exemplo disso são os aplicativos de celular, como a Uber. Os novos desafios para o/a profissional da área ao aplicativo da Uber é desenvolver algoritmos de apressamento das corridas em tempo real. Assim, devem determinar estratégias de escolha dos carros e algoritmos de roteamento dos veículos. Em particular podem usar estratégias específicas da área para aprender, de forma automatizada, a existência de uma obra numa rua, possibilitando seu uso em um determinado período.
Como era a área antes da aceleração digital?
Antes da aceleração digital estávamos limitados ao tamanho dos problemas que conseguíamos resolver. Podemos ainda pensar nas áreas de equações diferenciais estatísticas e utilização antes da chegada dos computadores. Não podíamos resolver problemas de otimização de grande porte, somente de forma manual, problemas como as variáveis.
Qual foi o principal desafio e benefício da aceleração digital?
O principal desafio, tanto para o usuário quanto para o Matemático Aplicado, é acompanhar a chegada das novas tecnologias, identificar as tecnologias que seriam úteis e aprender a usá-las.
O principal benefício é conseguir resolver problemas mais realistas de porte maior, em particular, usando grande volume de dados e dados em tempo real.
Como a Matemática Aplicada contribui para a aceleração digital?
Desde o início da computação, a matemática teve um papel fundamental, como por exemplo em lógica, em desenvolvimento de gramáticas para compilação, matemática discreta, teoria dos autômatos, criptografia.
Podemos também fornecer vários exemplos específicos em que a Matemática Aplicada contribuiu para aceleração digital, como o desenvolvimento do algoritmo Page Rank que foi desenvolvido pelo Google. Esse algoritmo calcula um peso para cada página web e representa a importância dessa página. É uma interpretação de qual seria a probabilidade de um usuário entrar nesta página. O algoritmo vai calcular assim, um autovetor associado à matriz de transição.
Um segundo bom exemplo de impacto da Matemática Aplicada na era digital é o GPS. Sem dúvida, o GPS mudou as nossas vidas e está presente em muitos aplicativos. Por trás dele tem um método de mínimos quadrados, ou seja, para nos tirar do lugar onde estávamos, o GPS vai utilizar a informação dada por quatro satélites e, com isso, resolvemos um problema de mínimos quadrados para determinar a nossa localização.
O que muda na formação dos novos matemáticos?
Em primeiro lugar estamos dando ênfase maior para a probabilidade estatística. Isso é um fato que a nossa sociedade gera cada vez mais dados e conseguimos coletá-los em tempo real. Para explicá-los precisamos de modelos estatísticos, probabilísticos.
Em segundo lugar, também cresceu a importância de ter bons conhecimentos em programação. Então, hoje em dia, o Matemático Aplicado deve conhecer várias linguagens de programação.
Em terceiro lugar vejo como algo fundamental aprender a aprender e, em particular, é o reflexo de procurar informações online e termos uma quantidade quase infinita de informações na internet.
Em quarto lugar aponto o crescimento do ensino a distância, as aulas online. Então, hoje o Matemático Aplicado pode fazer disciplinas online e aprender sozinho.
Conheça o curso de graduação da FGV EMAp.
Essa matéria faz parte da série especial Conexões para o futuro: Dia do Profissional de Relações Internacionais iniciada em 22 de julho no Dia do Cientista Social.
Fonte: FGV Educação
Veja também
Dia do Profissional de Relações Internacionais
21.10.22
Embaralhar cartas também é matemática, mostrou Diaconis
Por site do Impa
“Quem se importa?”, perguntou Persi Diaconis, pesquisador da Universidade de Stanford, a um auditório lotado de alunos e pesquisadores, na manhã desta quarta-feira (19). O questionamento sobre o embaralhamento de cartas, tema da palestra de Diaconis durante a Conferência IMPA 70 anos, arrancou gargalhadas do público. Com alívios cômicos como este, o pesquisador da área de estatística e matemática – que foi mágico profissional – levou todos a acompanharem, com atenção e curiosidade, o raciocínio sobre “aleatoriedade” nos jogos de baralho.
“As pessoas que misturam o baralho realmente se importam com quantas vezes elas devem embaralhar as cartas. Basicamente, mudaram as regras em Las Vegas por conta de um teorema que nós comprovamos! E, com certeza, vai estar escrito no meu túmulo que sete embaralhamentos são suficientes”, disse o pesquisador.
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‘Extremamente feliz em estar na celebração’, diz Duminil-Copin
Projeto do Centro Pi com a Dasa é tema de conferência
Em 1992, Diaconis e Bayer mostraram que após sete embaralhamentos aleatórios de 52 cartas, todas as configurações são quase igualmente prováveis. Enquanto embaralhar mais do que isso não aumenta tanto a “aleatoriedade”, misturar menos faz com que o baralho esteja “longe” de aleatório. Agraciado com o Prêmio Rollo Davidson (1982), Gibbs Lecture (1997) e Prêmio Levi L. Conant (2012), o americano iniciou a palestra explicando que o tema pode interessar a quem estuda Cadeias de Markov ou faz simulações com algoritmos.
Roberto Imbuzeiro, pesquisador do IMPA, era estudante de mestrado do instituto quando conheceu Diaconis. “Persi é um matemático muito inspirador! Em 1999, ele deu uma palestra que foi um dos principais motivos para eu decidir estudar probabilidade. A palestra de hoje não deixou a desejar, foi muito interessante e misturou vários assuntos da matemática, desde a probabilidade, que é o acaso, até a teoria de grupos, que é a coisa menos ao acaso possível, falando de simetrias. E, claro, com uma aplicação real curiosa, que é o embaralhar cartas, muito rico matematicamente”, afirmou Imbuzeiro.
Luna Lomonaco falou sobre o Conjunto Modular Mandelbrot
Dando continuidade a conferência, a pesquisadora do IMPA Luna Lomonaco falou ao público sobre o Conjunto Modular Mandelbrot que classifica o comportamento dos polinômios quadráticos e as correspondências holomorfas de um mesmo objeto que “podem ser duas coisas diferentes ao mesmo tempo, por um lado mapas e por outro lado grupos”, destacou.
Miguel Ratis Laude, aluno de doutorado orientado por Luna, acompanhou com admiração. “Gostei muito da palestra! Acho que é um tópico difícil de introduzir para pessoas que não são da área, porque é algo muito específico da dinâmica complexa, mas sempre é prazeroso acompanhar o raciocínio e os desenhos bonitos ajudam”, comentou.
A pesquisadora, que deu uma breve pausa na amamentação para apresentar os resultados da conjectura, demonstrou ainda estar honrada em participar dos 70 anos do IMPA. “Estou muito feliz, honrada e corrida, porque tenho passado a maior parte do meu dia no sofá amamentando”, disse bem-humorada.
Além de mãe e pesquisadora, Luna foi a primeira mulher a receber o Prêmio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), que reconhece o melhor trabalho original de pesquisa da área. Em 2020, recebeu o Prêmio de Reconhecimento Umalca (União Matemática da América Latina e Caribe) pela atuação em sistemas dinâmicos. Outra conquista importante foi o Prêmio L’oreal-Unesco-ABC “Para Mulheres na Ciência”, em 2018, criado para promover a igualdade de gênero no ambiente.
Fonte: Conferência IMPA 70 anos.
Link: https://impa.br/noticias/embaralhamento-de-cartas-tambem-e-matematica-mostrou-diaconis/