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11.4.24

11.4.24

O legado de Peter Higgs: O Homem por Trás da "Partícula de Deus"

 

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Legenda: Peter Higgs ganhou o Nobel de Física em 2013 por seus trabalhos acerca da "partícula de Deus"
Foto: IAN MACNICOL / AFP


Peter Higgs, renomado físico britânico e autor da teoria do bóson que veio a ser conhecido como o "bóson de Higgs" ou a "partícula de Deus", faleceu aos 94 anos. Sua contribuição para a compreensão da estrutura fundamental da matéria rendeu-lhe o Prêmio Nobel de Física em 2013. Sua partida deixa um vazio na comunidade científica, mas seu legado permanece vivo, inspirando gerações futuras de cientistas.

Um Legado Científico Duradouro


Em 1964, Higgs formulou a teoria do bóson de Higgs, uma peça crucial no modelo-padrão da física de partículas, que atribui massa às partículas elementares. Sua teoria levou décadas para ser comprovada experimentalmente, culminando na identificação do bóson em 2012, no CERN.

Uma Designação Curiosa


A "partícula de Deus", como ficou conhecida, não só pela sua importância teórica, mas também por sua elusividade, é uma peça central na compreensão da matéria em nível fundamental.

Modéstia e Impacto


Apesar de sua notoriedade, Higgs era conhecido por sua modéstia. Sua contribuição não apenas enriqueceu o conhecimento humano, mas também inspirou inúmeros cientistas ao redor do mundo.

Legado e Reconhecimento


Peter Higgs não só recebeu o Nobel, mas também foi honrado com diversos prêmios e reconhecimentos ao longo de sua carreira, demonstrando o impacto duradouro de suas contribuições para a ciência.


A morte de Peter Higgs marca o fim de uma era na física moderna, mas seu legado continuará a iluminar o caminho para novas descobertas e compreensões sobre o universo. Sua vida e obra são uma inspiração para todos os que buscam desvendar os mistérios do cosmos.

Fonte: Diário do Nordeste

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8.4.24

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Jacob Palis Recebe a Medalha Major Eustáquio na Cerimônia de Abertura da EMALCA

 

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Foto - Reprodução 

Homenagem a um Gigante da Matemática

Na emocionante cerimônia de abertura da Escola de Matemática da América Latina e do Caribe (EMALCA), realizada na última segunda-feira (1º), Jacob Palis, renomado pesquisador emérito do IMPA, foi agraciado com a prestigiosa Medalha Major Eustáquio. A honraria foi recebida pela coordenadora de Eventos e Atividades Científicas do IMPA, Suely Lima, em nome de Palis, em um tributo tocante à sua incrível contribuição para a matemática e ciência.

Uma Distinção de Valor Histórico

A Medalha Major Eustáquio, criada em 1985 e concedida pela Câmara dos Vereadores de Uberaba (MG), terra natal de Palis, é uma distinção de imenso prestígio, homenageando personalidades beneméritas e ilustres que tenham desempenhado papéis de grande relevância em relação ao município. Este ano, a honra foi direcionada a Palis, destacando seu legado extraordinário.

Contribuições que Marcaram Época

Jacob Palis, com seus 83 anos de idade, é um ícone da matemática brasileira. Nascido em Uberaba (MG), graduou-se em engenharia pela antiga Universidade do Brasil e obteve mestrado e doutorado na Universidade da Califórnia, nos anos 1960. Sua trajetória é marcada por uma série de feitos notáveis.

Um Legado de Excelência e Dedicação à Ciência

Ao longo de sua carreira, Palis ocupou cargos de destaque em instituições científicas de renome internacional. Foi membro do Conselho Científico do Centro Internacional de Física Teórica (ICTP), presidente da TWAS (Academia Mundial de Ciências), presidiu a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a União Internacional de Matemática (IMU). Seu trabalho incansável e excelência acadêmica renderam-lhe reconhecimento mundial, incluindo condecorações como a Legião de Honra da França.

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Inspiração para as Gerações Futuras

Além de suas contribuições científicas, Palis é um exemplo inspirador para jovens talentos. Eventos como a EMALCA não apenas reconhecem suas conquistas, mas também buscam identificar e incentivar estudantes promissores a seguir carreiras em matemática, ciência e engenharia. A iniciativa visa não apenas aprimorar o ensino secundário, mas também estimular a continuidade dos estudos acadêmicos nessas áreas fundamentais para o progresso humano.

Biografia

Nascido em Uberaba (MG), Jacob Palis, 83 anos, formou-se em engenharia pela antiga Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ). Concluiu mestrado e doutorado na Universidade da Califórnia (EUA), nos anos 1960. 

No início dos anos 1990, foi membro do Conselho Científico do Centro Internacional de Física Teórica (ICTP, na sigla em inglês) e presidente da instituição de 2003 a 2005. Palis também foi secretário-geral da Academia Mundial de Ciências (TWAS) de 2001 a 2006 e presidente da entidade entre 2007 e 2012.

Presidiu ainda a Academia Brasileira de Ciências (ABC) no período 2007-2016 e a União Internacional de Matemática (IMU) de 1999 a 2002. Em 2005, Jacob foi condecorado Cavaleiro da Ordem pela Legião de Honra da França.

Em 2018, recebeu nova condecoração: a medalha de Oficial da Legião de Honra da França, pelo trabalho de excelência realizado em prol da ciência mundial e das relações científicas entre a França e o Brasil. Mais recentemente, em 2019, conquistou o prêmio Abdus Salam Award, dividido com o físico Sandro Radicella e com a Biblioteca Marie Curie.

A homenagem a Jacob Palis com a Medalha Major Eustáquio não apenas celebra uma vida dedicada à ciência, mas também destaca a importância do seu legado para as futuras gerações. Seu trabalho incansável e paixão pela matemática deixam um impacto duradouro no cenário científico mundial.

Fonte: Impa



2.4.24

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Lula inaugura faculdade no Rio de Janeiro para alunos campeões de olimpíadas de matemática

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 Lula inaugura faculdade no Rio de Janeiro para alunos campeões de olimpíadas de matemática

Estudantes receberão apoio financeiro e terão direito a moradia; campus está localizado no hub tecnológico Porto Maravalley


presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta terça-feira (2) da cerimônia de inauguração de uma unidade do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no Rio de Janeiro. A iniciativa é uma parceria entre o governo federal e a prefeitura. Na ocasião, vai ocorrer a aula inaugural da primeira turma do curso de bacharelado em matemática da tecnologia e inovação.

A graduação vai contar com investimentos federais de R$ 18,7 milhões no primeiro ano. Na tentativa de atrair alunos de todo o país, o instituto vai oferecer alojamento estudantil para os maiores de 18 anos e apoio financeiro.

Com quatro anos de duração, o bacharelado em matemática da tecnologia e inovação começa com um ciclo básico de um ano e meio. Em seguida, os alunos escolhem entre quatro ênfases: matemática, ciência da computação, ciência de dados e física.

De acordo com o IMPA, a faculdade pretende capacitar os estudantes com uma formação teórica e prática sólida em matemática da tecnologia e inovação para ter sucesso no mercado de trabalho.

"Localizado estrategicamente no Porto Maravalley, hub de inovação da cidade, e instalado em uma sede completamente reformada pela prefeitura do Rio, os alunos estudarão em um ambiente cercado de startups e empresas de tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento de novas tecnologias", diz o instituto.

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O processo seletivo dos alunos considerou o desempenho em cinco olimpíadas do conhecimento, como a OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) e a nota de matemática do Enem, além de entrevistas virtuais. O IMPA Tech destina vagas à ampla concorrência e prevê reserva para candidatos de diferentes grupos de cotas.

Lula falou sobre o assunto recentemente. "Essa faculdade de matemática é um prêmio para os alunos que forem campeões das Olimpíadas de Matemática, aqueles que ganharem medalha de ouro. A gente está fazendo essa faculdade, em parceria com o Instituto de Matemática Pura e Aplicada, e a gente vai começar com 100 alunos. No ano seguinte, mais 100. No ano seguinte, mais 100. E no ano seguinte, mais 100. Serão 400 alunos que vão estudar nessa faculdade de matemática", disse.

"Vai ter apartamento para morar, vai ter moradia. Já está comprado os apartamentos, já está mobiliado. Os primeiros 100 [alunos] que chegarem, já vão viver no centro do Rio de Janeiro", afirmou.

Fonte: Portal R7

13.3.24

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A matemática que se passou por homem e ficou milionária com empresa de software

 

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GETTY IMAGES
Stephanie Shirley recebeu o título de Dama em 2000. Sete anos mais tarde, recebeu a 'Ordem dos Companheiros de Honra' pelo seu trabalho no campo da tecnologia

A matemática que se passou por homem e ficou milionária com empresa de software

Da BBC News Mundo

Stephanie Shirley foi para muitos (e por muitos anos) apenas "Steve".

Foi com esse nome que ela assinou centenas de cartas para conduzir seu pioneiro negócio de programas de computador. Afinal, quando ela usava seu nome real – revelando seu gênero –, ninguém lhe dava importância.

Nas décadas de 1950 e 1960, Shirley lutou contra o sexismo, criou postos de trabalho exclusivamente para mulheres e adotou ideias revolucionárias, como o trabalho remoto.

Shirley tem hoje 91 anos e ninguém nunca acreditou que ela pudesse ter sucesso. Ainda assim, ela acumulou uma fortuna de quase £150 milhões (cerca de R$ 940 milhões).

Ela se tornou a primeira programadora independente do mundo e a primeira magnata do mundo tecnológico, tão lucrativo hoje em dia.

Fuga da Alemanha nazista

Stephanie Shirley nasceu em Dortmund, na Alemanha, onde recebeu o nome de Vera Buchthal.

Filha de um juiz judeu, ela precisou se separar dos pais em 1939, com apenas cinco anos de idade, frente à crescente ameaça nazista.

Ela e sua irmã Renata, então com nove anos, tomaram o trem Kindertransport, que trouxe milhares de crianças judias refugiadas para o Reino Unido.

"Eu agarrei a mão da minha irmã e ela, coitada, precisou cuidar de mim e dos seus próprios problemas", contou Shirley à BBC em 2019.

As duas irmãs chegaram à região central da Inglaterra e lá foram adotadas. Elas mantiveram contato com os pais, mas Shirley conta que nunca recuperou totalmente sua relação com eles.

Ela reconhece que a separação da família e a fuga da Alemanha definiram a pessoa que ela se tornou. E, em vez de paralisá-la, essa situação serviu para deixá-la mais forte.

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JOE GIDDENS/PA WIRE

Stephanie Shirley, na inauguração do monumento ao 'Kindertransport' no cais da cidade de Harwich, na Inglaterra


Destaque em matemática

Desde criança, Stephanie Shirley se destacou pelo seu rendimento escolar, particularmente em matemática. Ela chegou a ser transferida para uma escola para meninos, que oferecia aulas mais avançadas de matemática.

Ao terminar seus estudos, Shirley foi trabalhar na Escola de Pesquisa do Escritório dos Correios, que era líder no desenvolvimento e uso de computadores no Reino Unido. Foi nessa época que ela mudou o primeiro nome pra Stephanie. Uma das poucas funcionárias mulheres, ela ajudou a escrever programas de computador, o que era bastante incomum na época.

Para evitar que seus pretendentes se espantassem, Shirley dizia que trabalhava nos correios. Sua esperança era que eles pensassem que ela vendia selos e que não competiria com eles.

Foi ali que ela conheceu o físico Derek Shirley, com quem se casou. Ela então mudou seu sobrenome para Shirley.

Ela adorava o trabalho no Escritório dos Correios, mas conta que, também ali, o sexismo a derrubou.

"Meu chefe não me propôs uma promoção porque eu era mulher", contou ela à BBC em 2019.

"Fiquei totalmente farta do sexismo", relembra ela. "Aprendi a ficar de costas para a parede para que ninguém pudesse passar e beliscar minhas nádegas. E aprendi a me manter fora do caminho de certas pessoas. Com o tempo, ganhei o suficiente e saí."

Stephanie ou Steve?

Em 1962, Shirley decidiu abrir sua própria empresa de computação, a Freelance Programmers.

STEPHANIE SHIRLEY
Stephanie Shirley é considerada a primeira programadora de computadores independente do mundo

O plano não parecia ter muita chance de dar certo. Primeiro, porque ela era mulher em um mundo que ainda era controlado pelos homens. Segundo, porque só tinha US$ 10. Ela também não tinha um escritório, mas apenas a sala de jantar da sua casa.

E, para completar, sua ideia era vender programas de computador, que na época pareciam algo sem valor. As máquinas é que eram e sempre seriam importantes, na opinião dos especialistas.

"Eles literalmente riram de mim", recordou ela, na entrevista à BBC. "Naquela época, os programas eram oferecidos de graça, de forma que tentar vendê-los era uma ideia nova."

"Eles também riram de mim, sobretudo, porque eu era mulher. Mas sou uma pessoa orgulhosa e não gostei daquilo. De forma que fiquei determinada a sobreviver."

E, com certeza, ela sobreviveu.

Shirley começou a trabalhar muito. Ela escreveu centenas de cartas para possíveis clientes, tentando convencê-los de que, para poder realmente aproveitar um computador, era preciso desenvolver programas que dissessem às máquinas o que elas deveriam fazer.

A indústria foi hostil e muitas das suas cartas foram ignoradas. Até que seu marido deu uma ideia: e se ela assinasse as cartas com o nome de um homem?

Foi então que ela adotou o pseudônimo de Steve Shirley. Depois disso, as respostas logo começaram a chegar.

Uma empresa para mulheres

Desde o primeiro dia, Stephanie Shirley prometeu que, sempre que fosse possível, a empresa só empregaria mulheres. E, de fato, dos seus primeiros 300 funcionários, 297 eram mulheres.

Ela dava prioridade às que tinham filhos, já que elas teriam dificuldade para encontrar trabalho de outra forma.

Shirley permitia que as mulheres trabalhassem em casa para se adaptarem mais facilmente à rotina com a criança. Foi uma decisão totalmente revolucionária nos anos 1960.


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Na década de 1960, o mundo da computação era dominado por homens

As mulheres escreviam os programas de computador com lápis e papel e enviavam pelo correio. A empresa foi crescendo exponencialmente e chegou, no seu auge, a empregar mais de 4 mil mulheres.

Em 1975, com a aprovação da Lei de Discriminação Sexual do Reino Unido, a empresa de Shirley foi obrigada a contratar homens. Ironicamente, uma empresa criada para combater o sexismo no trabalho subitamente corria o risco de infringir uma regulamentação que tinha exatamente a mesma finalidade.

"É assim que deve ser", afirmou Shirley. "Uma força de trabalho mista é muito mais criativa."

Na década de 1980, a empresa era mundialmente conhecida e criava a programação de grandes corporações. Algumas dessas criações foram emblemáticas, como a da caixa preta do avião Concorde.

Stephanie Shirley dirigiu a Freelance Programmers por 25 anos. A empresa passou a ser cotada na Bolsa de Valores de Londres em 1996, com o nome Xansa.

Naquele ano, Shirley surpreendeu novamente: ela deu uma parte das suas ações aos funcionários, que passaram a ser donos de mais da metade da companhia.


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    Stephanie Shirley fundou sua própria empresa, a Freelance Programmers, em 1962

Desde os anos 2000, Shirley se dedica à filantropia. Uma parte considerável do seu tempo e fortuna foi destinada ao estudo do autismo, já que seu filho Giles tinha sido diagnosticado com uma forma grave do transtorno. Ele morreu em 1998, aos 35 anos de idade.

No ano 2000, o Reino Unido outorgou a Stephanie Shirley o título de "Dama" pelos seus "serviços na área da tecnologia da informação". Mas os amigos mais próximos a chamam, até hoje, de "Steve".

Matéria Original da BBC - Link: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cn04mxp55xzo.amp

Fonte: BBC