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27.6.21

Reforma da Matemática aposta em cálculo mental e mais criatividade

 

Em Portugal a reforma da matemática, terá mais cálculo mental, menos “contas em pé” com papel e lápis, mais criatividade.

Em Portugal a reforma da matemática, terá mais cálculo mental, menos “contas em pé” com papel e lápis, mais criatividade. 

 

A reforma é criticada por especialistas, para João Araújo, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM), considera que a proposta  representa uma ameaça de "retrocesso"no ensino. 

 

Documentos sobre aprendizagens de Matemática no básico merecem desacordo da Sociedade Portuguesa de Matemática. Fórmula resolvente das equações de segundo grau deixa de ser dada no 9.º ano e, nos dois primeiros anos, desaparecem destas orientações curriculares as chamadas “contas em pé” no papel. Usar a Matemática para resolver situações do dia-a-dia e compreender o mundo. Apetrechar as salas de aulas de computadores. Entrar num elevador e rapidamente, de cabeça, perceber se o peso total das pessoas é permitido ou se tem de sair alguém. Conseguir ir fazendo, mentalmente, contas em relação aos produtos que se compra no supermercado. Analisar criticamente dados de notícias. Privilegiar o cálculo mental nestas situações, com valores estimados, e usar a calculadora para valores mais complexos. 

 

Mais cálculo mental e análise crítica de dados estatísticos, menos "contas em pé", feitas em papel, ou algoritmos; maior compreensão dos processos matemáticos nas rotinas do dia-a-dia e menor memorização - são novas orientações para o ensino da Matemática no Básico que constam da proposta de Aprendizagens Essenciais que ainda terão de ser aprovadas pelo Governo.

Reforma da Matemática aposta em cálculo mental e mais criatividade

João Araújo, presidente da SPM, considera que proposta representa uma ameaça de "retrocesso" no ensino

Foto: Leonardo Negrão/ Global Imagens


 A consulta pública das Aprendizagens Essenciais, definidas para os nove anos de escolaridade, já terminou. Falta agora a sua aprovação final pelo Governo. Os documentos que vão passar a ser a única orientação para a disciplina, substituindo programa e metas, devem entrar em vigor no ano letivo de 2022/2023. O JN interpelou o Ministério da Educação que se limitou a sublinhar que "o processo de consulta pública terminou, sendo as fases subsequentes determinadas por este processo e pela integração das sugestões daí decorrentes".

 

Para a Associação de Professores de Matemática (APM), que ainda está a ultimar o parecer mas sempre criticou o programa de 2012 aprovado pelo anterior ministro Nuno Crato, a proposta em cima da mesa é "positiva", quase um "retomar da normalidade" e do caminho percorrido anteriormente, nomeadamente pelo programa de 2007.

"Basear as aprendizagens na compreensão da Matemática é fundamental, memorizar não resolve nenhum problema e é facilmente esquecido. É preciso acabar com o mito de que é normal a maioria ter negativa a Matemática", defende a presidente da APM, Lurdes Figueiral.

 

Sem Numeração Romana

A aposta no cálculo mental e na compreensão dos processos leva a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) a criticar a proposta por considerar que "tem múltiplos e graves problemas" como a desvalorização do ensino dos algoritmos e dos números racionais dando maior prevalência ao uso da calculadora e menos às "contas em pé", feitas em papel. Para o presidente da SPM, João Araújo, representa, por isso, uma ameaça de "retrocesso que irá prejudicar o desenvolvimento dos alunos" e recupera modelos "comprovadamente errados". A SPM defende o programa de 2012.

 

Há temas que são antecipados, outros atrasados ou suprimidos como a Numeração Romana, as Medidas Agrárias, o teorema Fundamental da Trignometria ou algumas medidas de grandeza como o decâmetro, alerta João Araújo. Outra falha, destaca, é a supressão da fórmula resolvente de equações de 2.º grau "apesar de professores e alunos continuarem semanas a preparar o surgimento da fórmula que acabam por não dar". Este é, aliás, um raro ponto de concordância já que a APM também defende que deve manter-se no currículo do Básico, "apesar de não ser um cavalo de batalha. Não é por aí que se aprende mais ou menos", argumenta Lurdes Figueiral.

 

Fonte: JN.PT

 

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