BNCC: Matemática
será ensinada diferente em 2019, BNCC - Base Nacional Comum Curricular, com a
implantação da base nacional comum curricular a matemática em 2019, passa a ser
ensinada diferente. Quem nunca já ouviu a frase do tipo: eu odeio matemática,
ou a matemática não entra na minha cabeça, anos e pós anos, a disciplina é
sempre ensinada de forma errada, ou é ensinada com base em conceitos distante
da realidade. Professores em sala de aula são questionados pelos alunos – onde
eles vão usar tais conceitos cheios de fórmulas e complexos? Um dos argumentos
do MEC e Secretarias de Educação dos Estados era que este tipo de ensino
preparava o aluno para o mercado de trabalho, ou seja, uma política pública educacional
focada nos parâmetros em inserir as pessoas no mundo do
trabalho.
Com o passar do tempo na visão de especialistas e
educadores o método de ensino baseado em conceitos tradicionais não estava
surtindo efeito, prova disso, é a última divulgação do Sistema
de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Os resultados são preocupantes segundo
dados do MEC e do Inep, alunos no ensino médio não aprende o básico de
Matemática.
“O ensino médio no Brasil
está absolutamente falido e no fundo do poço”. A declaração é do Ministro da
Educação, Rossielli Soares, durante a divulgação do SAEB, Sistema de Avaliação
da Educação Básica em Brasília. Foi revelado que sete em cada dez estudantes do
ensino médio no Brasil têm aprendizado insuficiente.
A
carência em Matemática é desde o ensino fundamental
A carência em Matemática se
arrasta do ensino fundamental para o ensino médio, no ensino fundamental os
alunos do quinto e do nono ano não passaram do nível quatro, segundo avaliação
do SAEB - Sistema de Avaliação da Educação Básica. Os alunos apenas decoram as
matérias no ensino fundamental para tirar a nota e passar de um ano para o
outro. Quando chegam ao ensino médio eles não lembram mais o que aprendeu.
Quando
aprendemos algo, nós não esquecemos, pois a aprendizagem acorre através de
mudança de comportamento, por exemplo, quando eu aprendo a andar de bicicleta
ou dirigir não esqueço. Já quando decoramos uma coisa, um texto ou algo
semelhante, não existe uma mudança de comportamento, pois nosso cérebro grava,
mas esquece, é algo passageiro, é o que acontece com os alunos, eles apenas
decoram e esquecem.
Um bom modelo de organização já havia sido
inventado na antiguidade, pelo matemático helenístico Euclides. Em seu
tratado “Elementos”, formulou cinco afirmações que considerava intuitivamente
evidentes. Porém, deparamos com pessoas que não sabem dominar as quatro
operações matemáticas, ou seja, pessoas que não sabe tabuada.
O que
muda no ensino de Matemática com o BNCC?
Antes do BNCC,
os parâmetros focavam em inserir as pessoas no mundo do trabalho, ou seja,
aulas tradicionais abordando conceitos que mesmo o professor tem dificuldade
para explicar para os alunos, conteúdos teóricos que o docente elabora a aula decoram
e passam para os alunos de forma artificial distante da realidade. Nessa linha
de raciocínio o ensino não desperta o interesse no aluno, apenas desmotiva, os
alunos sentem como uma obrigação a decorar o conteúdo, apenas para tirar a nota
e passar de um ano para o outro.
Com a implementação
da BNCC que é a Base Nacional Comum Curricular, o ensino passa a ter um letramento mais reflexivo e em uma maior variedade de contextos, o
ensino irá trazer os conceitos teóricos para a vida real. O BNCC visa muda a
forma de ensinar matemática, mostrar para os alunos uma matemática que está em
tudo, como no mercado, padaria, na feira e nas demais coisas do dia a dia.
A base preconiza que, muito mais do que apenas
absorver os conteúdos das disciplinas, os estudantes deverão sair da rotina
para assumir uma postura mais participativa na sociedade. Pela primeira vez no
país, temos um documento que deixa explicitado o que o estudante tem direito a
aprender em cada ano da sua escolaridade. O Conselho do Centro de Estudos e
Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), sustenta que é um
elemento importante para otimizar o processo de aprendizagem, pois pode
garantir que todos os alunos acessem o mesmo grupo de conhecimentos e
realidades culturais fundamentais para a formação do caráter de uma pessoa,
como em outras disciplinas.
Não é só
matemática: o documento define parâmetros a serem seguidos em todo o país, a
BNCC respeitará as realidades sociais e culturais das regiões brasileiras. A
partir da base, cada escola terá conteúdos básicos a oferecer, e definirá o próprio
currículo, adaptado ao contexto em que se insere.
Isso significa que os colégios também poderão
acrescentar à sua metodologia pedagógica tópicos específicos relacionados à
cultura e à história local. A base
ajudará a organizar os métodos de ensino, e servirá como uma referência para os
pais acompanharem se as escolas estão respeitando aquilo que o documento
estabelece. Essa cooperação entre família e colégio será um importante
instrumento para a formação dos estudantes.
O perfil da
disciplina de matemática vai mudar com as novas regras da BNCC
Segundo o Professor Ademar
Celedônio, (em
seu artigo publicado no Jornal Correio Brasiliense) “certa vez durante o
check-in em um hotel, a recepcionista que me pedia informações para a ficha de
cadastro questionou que disciplina eu ensinava enquanto professor”. Ao
responder “matemática”, despertei na jovem um sentimento expresso pelas
seguintes palavras: ”Nossa, detesto matemática! Odiava todos os meus
professores”.
Ele Ficou pensando sobre esse
momento, e uma das possíveis respostas para tal reação é a de que a matemática
ensinada nas escolas brasileiras se distancia bastante da matemática real,
situação que está no cerne dos problemas de ensino em nosso país.
Muitas vezes, os alunos veem a matemática como uma
matéria morta e sem sentido, longe do dia a dia. Proporcionar essa aproximação
é um dos objetivos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). A Educação
Financeira, tema transversal contemplado pela BNCC, incorpora a ideia de
aproximar o ensino das práticas cotidianas. A partir desse conceito,
habilidades diferentes serão trabalhadas para que os jovens estejam preparados
a realizar atividades, como ler e compreender um boleto bancário – habilidade
explorada em língua portuguesa, matemática, geografia, com interpretação do
conteúdo, cálculo de valores e abordagem em consumo.
Provavelmente, a matemática apresentada para a
recepcionista não foi a de aplicação. Se fosse assim, não teríamos tanto
desprezo por essa área de conhecimento e tantos maus resultados de
aprendizagem.
A matemática está em todo lugar. Nos objetos que
criamos, nas obras de arte e na natureza que nos envolve, por mais que não
percebamos. Porém quase nada destas conexões são ensinadas aos alunos. O que
acontece é que, nas aulas, eles pensam que estão ali para aprender a matéria e
executar tarefas. Já os professores deparam-se com uma disciplina com currículo
inchado, sem conexões com o mundo real e sem a possibilidade de aprofundar
assuntos devido à falta de tempo e a necessidade de se concluir o conteúdo da
série.
A Base divide a área de matemática em cinco eixos temáticos.
A Base divide a área de matemática em cinco eixos temáticos.
Na prática, significa que, durante todo o ensino
fundamental, os conteúdos estão organizados em progressão lógica, podendo ser
abordados com mais profundidade. Claro que só o conteúdo em si não será
responsável por uma nova forma de ensino da matemática nas escolas brasileiras.
Essa mudança passa pela formação do professor, que terá de se adaptar a essa
nova realidade. Para isso, espera-se que as universidades também se adaptem a
esse novo modelo.
Ficamos na expectativa que a partir de 2019, com a
implementação da BNCC, as mudanças, com novos livros e metodologias comecem a
aparecer, e a Matemática seja uma disciplina leve e conectada com as novas
aspirações de aprendizado no século XXI.
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