O presente trabalho foi desenvolvido com base em
pesquisas bibliográficas, exploratórias, teóricas e qualitativas. Tem
como principal objetivo fazer uma análise e reflexão sobre a importância
de se trabalhar com o lúdico no ensino de matemática, enfatizando
principalmente as contribuições encontradas nesse processo, reforçando
que o lúdico pode e deve ser uma ferramenta positiva no ensino da
matemática. Ressalta suas contribuições nas aulas de matemática, tanto
para o professor quanto para a criança, principalmente nos primeiros
anos do ensino (infantil e fundamental I), sabendo que o lúdico
beneficiará de maneira significativa para o desenvolvimento intelectual e
potencial de cada criança.
Palavras-chave: Lúdico, Aprendizagem matemática, e Educação matemática.
Introdução
Durante muito tempo, a matemática foi transmitida de
forma que os alunos passaram a ficar apreensivos, com receio da
disciplina, e ainda hoje é visível este desânimo pela matemática por
parte dos estudantes.
O que levou a analisar o tema “O lúdico como
ferramenta no ensino da matemática” foi o fato de querer reforçar ainda
mais a importância de se trabalhar com atividades lúdicas no ensino de
matemática, ressaltando suas contribuições tanto para o professor quanto
para a criança. Hoje, o educador pode e deve utilizar o lúdico nas
diferentes situações dentro da sala durante suas aulas de matemática,
porém nem sempre vemos educadores que estão dispostos a mudar sua
metodologia, deixando de lado um método tradicional para seguir uma
postura lúdica, incluindo os jogos e brincadeiras em suas aulas, mesmo
sabendo que o jogo no ensino de matemática pode ser utilizado como um
instrumento norteador que facilita o processo de ensino e aprendizagem
do aluno na disciplina em questão. O lúdico beneficiará de maneira
positiva para o desenvolvimento intelectual e potencial de cada criança,
onde compete ao professor intervir de forma adequada sem interferir na
criatividade dela.
Segundo Zatz Halaban (2006), brincar é essencial
para a criança, pois é deste modo que ela descobre o mundo à sua volta e
aprende a interagir com ele. O lúdico está sempre presente, o que quer
que a criança esteja fazendo. Dessa forma o ensino de matemática tem sua
importância na vida do educando, e bem antes de sua entrada nas
instituições a criança já está em contato com a matemática, pelo simples
fato de que ela está presente em muitas situações em nosso cotidiano.
Dantas, Rais, Juy (2012, p. 08) reforça que:
A criança já traz para a escola alguns “conceitos” numéricos que ela já estabelece singularidade, pois são usados em seu dia a dia, como por exemplo, o número da sua casa e que cabe a escola o papel de incentivar a criança para que ela se aproprie do sistema de numeração de forma prazerosa e satisfatória. A criança precisa ter noção de sequência numérica para poder utilizar. (Dantas, Rais, Juy 2012, p. 08).
Mas, ao ingressar numa instituição, os estudantes
começam a conhecer uma matemática que para eles não tem significado,
cheia de regras e fórmulas, bem como fora do seu contexto social. Os
mesmos começam a ter uma visão diferente sobre o ensino da matemática,
dizendo ser uma disciplina difícil, e acabam por se sentirem incapazes e
impossibilitados de aprenderem, o que lhe é transmitido pela forma
como lhe é transmitida.
O presente trabalho pretende mostrar que através do
lúdico inserido no ensino de matemática, principalmente nas séries
iniciais, poderá ter um resultado positivo com relação ao aprendizado
das crianças, pelo brincar. Brincadeira essa com o intuito de melhorar o
raciocínio lógico da criança de forma divertida e criativa, e
amadurecer esse pensamento na mente do educando que esse brincar não é
pra passar o tempo, como reforça Kishimoto (1998) quando diz que “o jogo
não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para gastar
energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo,
social e moral". Fazer com que o aluno descubra e entenda que a
matemática pode ir além dos cálculos e das fórmulas, aderindo uma forma
também prazerosa ao ato de ensinar e que pode ser sentido pelos
estudantes ao perceberem que essa prática está sendo repassada pelo
professor.
De acordo com Cunha, “O Brincar desenvolve as
habilidades da criança de forma natural, pois brincando aprende a
socializar-se com outras crianças, desenvolve a motricidade, a mente, a
criatividade, sem cobrança ou medo, mas
sim com prazer” (Cunha 2001, p.14).
O lúdico é a brincadeira, o entretenimento das
pessoas envolvidas, o jogo, a diversão. É pelo brincar e através dele
que o estudante se desenvolve e é sob esse pensamento que será
desenvolvido esse trabalho, para que o aprendizado de matemática se
torne ainda mais atrativo, divertido e que desperte o interesse das
pessoas envolvidas, professores/alunos.
Conforme CORBALÁN, apud ALSINA,
Ensinar e aprender matemática pode e deve ser uma experiência com bom êxito do sentido de algo que traz felicidade aos alunos. Curiosamente quase nunca se cita a felicidade dentro dos objetivos a serem alcançados no processo ensino-aprendizagem, é evidente que só poderemos falar de um trabalho docente bem feito quando todos alcançarmos um grau de felicidade satisfatório. (CORBALÁN, apud ALSINA, 1994, p. 14).
Essa satisfação deve ser de ambas as partes, não
terão aprendizado se somente o professor demonstrar interesse, o
professor deverá buscar estratégias que chame a atenção do estudante
para que ele sinta-se atraído pelo que está sendo visto, e que encontre
significado naquilo que está sendo repassado pelo educador.
Com base em pesquisas em sites e estudos em
trabalhos relacionados ao tema, o presente trabalho está organizado em
subtítulos que apresentarão desde a definição do termo Lúdico, se
referindo a brincadeiras, a momentos de diversão, onde estão incluídos
os jogos, brinquedos e, brincadeiras, por ser um aliado e está
auxiliando nas aulas de matemática, tornando-as mais agradáveis e
prazerosas, tanto para o aluno, como para o professor.
Mais adiante, a importância do lúdico no ensino de
matemática, principalmente nas séries iniciais, destacando as
contribuições no auxílio das aulas de matemática, bem como distanciar
dos estudantes o bloqueio que sentem pela disciplina e que se consideram
incapazes de aprendê-la. Logo após, falar sobre as contribuições dos
jogos no processo de alfabetização matemática, buscando estratégias que
facilitem nesse processo e que consigam com que seus alunos permaneçam
concentrados em suas aulas, sem que fiquem estressados, cansados e
reconheçam as aulas como atrativas e o professor demonstre ainda mais
motivação naquilo cujo qual está exercendo.
Metodologia
Como método para a realização deste trabalho, foram
realizadas pesquisas: exploratória, com o objetivo de transmitir uma boa
compreensão e precisão sobre o tema abordado, teórica, pois foi
necessário ter um embasamento acerca do pensamento de alguns autores,
para que pudesse explicar melhor o assunto levantado e qualitativa, pois
um assunto de grande relevância precisa ser aprofundado para que se
tenha um entendimento das pessoas envolvidas, professor/aluno.
Foram feitos estudos em trabalhos como: artigos,
tccs, teses, monografias entre outros, dos quais tratavam de assuntos
que tinham relação com o lúdico como ferramenta no ensino de matemática.
E a partir desses trabalhos foi feito uma pesquisa bibliográfica para
obtenção de dados importantes que pudessem enriquecer este trabalho, por
meio de pensamentos de alguns autores que defendiam e consideravam o
assunto importante.
Para facilitar a pesquisa, foram usadas palavras
chaves como: o lúdico no ensino de matemática, a importância do lúdico
no processo ensino aprendizagem da matemática, lúdico como instrumento
no ensino, a importância dos jogos na educação matemática.
Fundamentação teórica
Lúdico
Qualidade daquilo que estimula através da fantasia,
do divertimento ou da brincadeira. Trata-se de um conceito bastante
utilizado na educação, principalmente a partir da criação da ideia de
“jardim de infância”, por Friedrich Froebel, que defendia o uso
pedagógico de jogos e brinquedos, que deviam ser organizados e
sutilmente dirigidos pelo professor. Mais tarde, vários educadores, como
Piaget e Montessori, alertaram para a importância do lúdico na
educação.
Segundo Vygotsky, por exemplo, o lúdico influencia
muito o desenvolvimento da criança, pois é através do jogo que a criança
aprende a agir, tem a curiosidade estimulada, adquire iniciativa e
autoconfiança, além de proporcionar o desenvolvimento da linguagem, do
pensamento e da concentração.
O lúdico também se origina na capacidade simbólica,
na qual as imagens são consideradas fundamentais para instrumentalizar a
criança, visando a construção do conhecimento e sua socialização.
Hoje, existe um consenso de que o lúdico é fator
determinante na aprendizagem da criança. O ensino utilizando meios
lúdicos criaria ambiente gratificantes e atraentes servindo como
estímulo para o desenvolvimento integral da criança. Por isso, no âmbito
do universo lúdico, foram criadas as brinquedotecas, os jogos
educativos, os brinquedos pedagógicos e outros materiais. Fonte:
educabrasil.com.br/ludico/.
De acordo com o pensamento de Santos (2001:37): “O
comportamento lúdico não é um comportamento herdado, ele á adquirido
pelas influências que recebemos no decorrer da evolução dos processos de
desenvolvimento e aprendizagem”. E essa construção pode ser feita pelo
professor em suas aulas, enxergando as atividades lúdicas como um
componente importante para a vida dos seres humanos, em especial as
crianças, proporcionando momentos de prazer, diversão e aprendizado.
Santos (2001:35) afirma ainda que: “Assim sendo, o
lúdico deve ser constante na vida dos seres humanos, desde o início de
suas vidas até a velhice”. Por desenvolver-se com maior facilidade ao
brincar.
Segundo Almeida “o lúdico passou a ser reconhecido
como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano (estudo
das relações entre fenômenos psíquicos e fisiológicos). E que as
implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar
espontâneo”.
Desta forma ao ser inserido no ambiente escolar como
parte do processo ensino aprendizagem, esse termo deixa de ser
relacionado apenas só ao brincar por diversão e passatempo, e começa a
ser um contribuinte nesse processo, dando mais ânimo aos estudantes,
principalmente nas séries iniciais, visando a disciplina de matemática,
que ainda é vista como uma disciplina difícil, com cálculos e fórmulas,
mas que pode ser mudado esse entendimento com relação ao ensino de
matemática.
Cabe também ao educador mudar essa ideia na mente de
seus educandos, buscando novas formas de ensinar a matemática, mudando
sua prática, buscando outros caminhos que possam favorecer nesse
aprendizado. Mostrar que o brincar pode ser um meio importante e que por
ele também há aprendizado, quando se trata de um brincar com
responsabilidade e com um único objetivo, o de educar.
Volpato afirma que:
“O brincar na escola não pode - nem deve – ser o mesmo que brincar em casa, não se tratando do recreio, pois, o brincar na escola se define numa formação responsável pela socialização e aprendizagem da criança. No entanto maioria dos professores sente dificuldade em conciliar o jogo e a brincadeira em sala de aula, sendo às vezes negados pelo fato de pensarem que vai provocar indisciplina. Várias vezes, o lúdico é confundido com material concreto para ensinar matemática, como jogo da memória, dados, bingos de diversos tipos, entre outros. Nessa modalidade a atividade corre risco de não ser utilizada como mediadora de aprendizagens significativas para a criança, pois deve ser uma forma prazerosa de desenvolvimento visando a aprendizagem”. (Volpato, 2002,p.97)
O conceito lúdico é usado por muitos educadores, por
ser um grande aliado auxiliando em suas aulas, tornando assim mais
agradáveis e prazerosas, tanto para o aluno, como para o professor, pois
com esse pensamento lúdico, pretende-se melhorar a auto estima, o
aprendizado, o interesse pela as aulas, o raciocínio e uma vontade de
aprender matemática de uma forma diferente, porém divertida.
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A importância do lúdico no ensino de matemática nas séries iniciais
De acordo com o PCN, 2001, p.26, “A matemática
surgiu na antiguidade por necessidades da vida cotidiana, converteu-se
em um imenso sistema de variadas e extensas disciplinas, como as demais
ciências, reflete as leis sociais e serve de poderoso instrumento para o
conhecimento do mundo e domínio da natureza”. (PCN, 2001, p.26). E pela
necessidade o homem da época, sem possuir ainda uma formalização de
conceitos matemáticos e numéricos, precisou contar, medir, calcular. E
com o passar do tempo foi aprimorada através dos estudos e se tornando
uma disciplina/uma ciência com características próprias.
É uma disciplina considerada por muitos estudantes
como difícil, complexa, simplesmente por estarem relacionando somente as
fórmulas e cálculos e acabam sentindo dificuldades para assimilarem os
conteúdos quando não demonstram interesses, por não compreenderem, por
não fazerem relação com seu cotidiano, e não percebem que bem antes de
sua entrada nas instituições a matemática já faz de alguma forma, parte
de sua vida.
Logo na infância a criança inicia sua vida
estudantil, e a parti daí começa o processo de alfabetização, e todas as
disciplinas que fazem parte desse processo, inclusive a matemática que
deve ser transmitida de forma bem elaborada para que futuramente os
estudantes não venham a ter maiores dificuldades. Com isso surge a ideia
de inserir o lúdico no ensino de matemática, trabalhar dando ênfase nas
atividades através do brincar, principalmente no ensino fundamental nos
anos iniciais.
Em Vygotsky, percebemos que o ato de brincar é
importante, pois possibilita ao indivíduo atuar em um nível cognitivo
superior ao seu e isso impulsiona o desenvolvimento, além disso, o
observador precisa estar preparado para distinguir nas atitudes das
crianças, ações ou procedimentos que demonstrem os sinais dos critérios
necessários para uma boa formação cognitiva, e até afetivo-social do
aluno. A criança brinca pela necessidade de agir em relação ao mundo
mais amplo dos adultos e não apenas ao universo dos objetos a que ela
tem acesso (REGO, 2000, p. 82).
As crianças demonstram prazer em aprender, agir, e
enfrentar os desafios seguros e confiantes, quando aprendem através de
atividades lúdicas, elas produzem conhecimentos, nas experiências que
são capazes de proporcionar o envolvimento do individuo que brinca. Por
isso, é de fundamental importância que o professor utilize os jogos na
sala de aula, estimulando os alunos para o desenvolvimento dos conteúdos
propostos. Uma vez que o “objetivo dos professores de matemática deverá
ser o de ajudar as pessoas a entender a matemática e encorajá-las a
acreditar que é natural e agradável continuar a usar e aprender
matemática como uma parte sensível, natural e agradável”, diz (BRITO
2001, P. 43).
Segundo BORIN (1996),
“Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos alunos que temem a matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva, e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que esses alunos falam matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem”. (BORIN,1996,9)
Os jogos são um recurso pedagógico eficaz se forem
bem articulados e planejados pelo professor, contribuindo assim para a
construção do conhecimento matemático da criança.
As frustrações e os pensamentos negativos com
relação ao ensino de matemática deixarão de existir quando for colocado
em prática o pensamento de que é de grande importância unir aos
conceitos matemáticos, o lúdico, o brincar através dos jogos, deixando
claro aos estudantes que estudar matemática também pode ser divertido,
pode ser prazeroso.
A contribuição dos jogos no processo de alfabetização matemática
KISHIMOTO, p:106, afirma que “ a introdução dos
jogos na escola primária não é bem vista”, isso acontece por que muitos
educadores ainda estão presos e preocupados em não poder fugir daquilo
que tem que ser trabalhado em sala com seus estudantes, cumprir com uma
grade curricular e que mais tarde será cobrado, porém isso não pode nem
deve ser um empecilho, o professor pode trabalhar qualquer que seja o
conteúdo com auxilio da ludicidade, inserindo os jogos em suas aulas
dando mais prazer aos seus estudantes que demonstram desinteresse pelas
aulas de matemática por não apresentarem nenhuma novidade.
Segue uma afirmação de FRIEDMANN, 1996:15,
“Na escola “não dá tempo para brincar”, justificam os educadores. Por quê? Há evidentemente um programa de ensino a ser cumprido e, objetivos a serem atingidos, para cada faixa etária. Com isso, o jogo fica relegado ao pátio destinado a preencher intervalos de tempo entre aulas. Entretanto, o jogo pode e deve fazer parte das atividades e curriculares, sobretudo nos níveis pré-escolar e de 1º grau, e ter um tempo preestabelecido durante o planejamento, na sala de aula”. (FRIEDMANN, 1996, p.15).
Segundo Macedo Et Al, 200:24, “qualquer jogo pode
ser utilizado quando o objetivo é propor atividades que favorecem a
aquisição do conhecimento. A questão não está no material, mas no modo
como ele é explorado pode-se dizer, portanto, que serve qualquer jogo
mas não de qualquer jeito”. Devem ser utilizados com objetivos
educativos, considerando os jogos como facilitadores da aprendizagem na
disciplina de matemática.
Nesse momento destaco como importante o pensamento
de Kishimoto (2000), que diz: "Para o desenvolvimento do raciocínio
lógico matemático, o mediador deve organizar jogos voltados para
classificação, seriação, seqüência, espaço, tempo e medidas". A
introdução de jogos como recurso didático nas aulas de matemática é tido
como facilitador, como um contribuinte, uma vez que os estudantes ainda
apresentam medo, receios com relação a disciplina e os jogos acabam
diminuindo os bloqueios apresentados pelos estudantes, com relação à
matemática, considerando assim o lúdico como ferramenta no aprendizado.
Não podendo esquecer que, quando se trata de
crianças, elas não conseguem ficar concentradas por muito tempo se não
estiverem atraídas por algo que está sendo repassado durante as aulas.
Sendo assim vale ressaltar o pensamento de LOPES, quando diz,
“Um dos pontos importantes para que o professor possa atualizar sua metodologia é perceber que a criança de hoje é extremamente questionadora, não “engole” os conteúdos despejados sobre ela sem saber por que, ou, principalmente para quê. Portanto, o professor deve preocupar-se muito em saber sobre como a criança aprende do que como ensinar. (LOPES, 2001, p: 22).
Neste sentido entende-se que o professor deve ser
criativo, buscar e adequar as melhores formas de transmitir determinado
conteúdo para o seu aluno. E o jogo é e pode servir de ferramenta
fundamental na metodologia utilizada pelo professor no ensino da
matemática quando trabalhado de forma lúdica. As autoras SMOLE, DINIZ E
CÂNDIDO (2007), do livro Cadernos do Mathema Jogos de matemática de 1º
ao 5º ano, apresentam jogos que contribuem para o ensino de matemática
nos primeiros anos, eis aqui alguns deles: JOGO "A MAIOR VENCE", Este
jogo: Auxilia os alunos a justificar as respostas e o processo de
resolução de um problema, a comparar quantidades, a ler e interpretar
escritas numéricas, tendo com recursos um jogo de 40 cartas numeradas de
11 a 50. Onde as crianças poderão utilizar diferentes critérios para
comparação dos números, como, por exemplo, pela posição que um número
ocupa na sequência numérica, pela identificação de qual dos números tem
mais unidades, dezenas ou centenas, ou mesmo pela análise do primeiro
algarismo de cada número apresentado nos cartões.(SMOLE, DINIZ E
CÂNDIDO, 2007, p. 25).
Outro jogo é "BORBOLETA" jogo este que pode ser usado
para que: aprendam a fazer cálculo mental; resolver problemas
envolvendo a adição; fazer comparações de quantidades, tendo como
recursos todas as cartas do baralho, exceto reis, damas e valetes.
(SMOLE, DINIZ E CÂNDIDO (2007, p.55), Cita também o jogo " UM EXATO"
este jogo auxilia: a reconhecer e nomear números naturais; a justificar
respostas; a efetuar adições e subtrações mentalmente com auxilio de:
um quadro da centena numerado, três dados e 15 marcadores diferentes
para cada jogador.
(SMOLE, DINIZ E CÂNDIDO, 2070, p.43), Cita também o
Jogo " FAÇA 10" que favorece: a compreensão da contagem; noções de
adição; e o cálculo mental, nesse jogo será usado 36 cartas de um
baralho normal, sem os 10, as figuras e os coringas (cartas de ás a 9 de
todos os naipes). (SMOLE, DINIZ E CÂNDIDO, 2007, p.29). dentre outros,
que citam no texto e que contribuem de forma positiva para o processo de
alfabetização matemática no ensino infantil e fundamental I.
FRIEDMANN, fala a respeito do jogo como facilitador no aprendizado das crianças:
“O jogo não é somente um divertimento ou uma recreação. Não é necessário provar que os jogos em grupo, é uma atividade natural e que satisfazem á atividade humana; o que é necessário é justificar seu uso dentro da sala de aula. As crianças muitas vezes aprendem mais por meio dos jogos em grupo do que de lições e exercícios”. (FRIEDMANN,1996, p.35).
De nada adiantará se elas não se sentirem atraídas
pelo que está sendo transmitido pela forma como está sendo feita, se a
forma tradicional com lições e exercícios não funcionarem, cabe ao
educador procurar as melhores formas e maneiras de fazer essa
transmissão, sendo ela de forma lúdica e contextualizada, visando a
realidade dos próprios estudantes, dar significado ao que está sendo
trabalhado para então repassar aos mesmos.
FRIEDMANN, destaca ainda que,
“No jogo, a criança pode experimentar tanto nas convenções estipuladas pela sociedade como as variações dessas convenções. Assim, durante o jogo a criança pode escolher entre aceitar ou discordar de certas convenções, promovendo seu desenvolvimento social. O jogo oferece, muitas vezes, a possibilidade de aprender sobre solução de conflitos, negociação, lealdade e estratégias, tanto de cooperação como de competição social. (FRIEDMANN,1996, p.65)
Como educadores matemáticos, devemos procurar
alternativas para melhorar o ensino e motivar os estudantes para que
possam aprender a matemática, como nas palavras de (OLIVEIRA, 2007, p.
5),
Ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós como educadores matemáticos, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a concentração, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas. (OLIVEIRA, 2007, p. 5).
A importância de se trabalhar inserindo os jogos,
além de estar melhorando suas aulas, tornando-a mais agradáveis, outros
pontos importantes em seus estudantes também poderão ser observados,
como na afirmação de FORTUNA, 2002:21,
“Através dos jogos podemos descobrir a personalidade da criança pois ela demonstra o que sente e que tipo de temperamento que possui: tímida, inquieta, agressiva, alegre, calma, temperamental, líder, egoísta, teimosa, intrometida, nervosa, etc. Podemos canalizar os temperamentos e modificar o comportamento das crianças enquanto são ainda pequenas, mais tarde podem surgir problemas de ordem psíquica difíceis de serem controlados. Por isso, a importância da recreação do mundo infantil. Elas aprendem aceitar os outros, controlar suas emoções, expandir seus sentimentos, criar novas situações e a conviver em grupos respeitando a individualidade de cada um.” (FORTUNA, 2002:21)
Aulas atrativas chamam atenção e incentivam o
interesse dos estudantes pelas aulas de matemática. Quando é colocado o
jogo com o objetivo de facilitar o ensino da disciplina, o aluno terá
mais prazer em estudar, porém essa prática tem que ser bem elaborada,
bem trabalhada e dirigida pelo educador, não se deve em nenhum momento
trazer um determinado jogo para passar o tempo da criança na escola sem
nenhum fundamento e que não acrescente em nada na vida estudantil
daquela criança. Tem que dar sentido, significado, ter os jogos, a
ludicidade como um aliado em suas aulas, deixando-a mais rica e
favorável a todos os envolvidos, professor/aluno.
Considerações finais
Este artigo buscou reforçar ainda mais a importância
de se trabalhar com atividades lúdicas no ensino de matemática,
ressaltando suas contribuições tanto para o professor quanto para a
criança.
Sabendo que a Matemática é uma ciência que nos
acompanha desde cedo. Ainda pequenos aprendemos a contar nossa idade,
familiares, memorizar regras de jogos, entre outras coisas, deve ser
dado uma atenção especial neste sentido, de forma a não contribuir com o
bloqueio dos estudantes para com a disciplina, mas sim proporcionando
aulas agradáveis inserindo os jogos lúdicos como ferramenta facilitadora
na aprendizagem, beneficiando de maneira positiva para o
desenvolvimento intelectual e potencial de cada criança, onde compete ao
professor intervir de forma adequada para cada publico e sempre lembrar
que o lúdico é um fator determinante na aprendizagem da criança.
O ensino utilizando os meios lúdicos se torna um
ambiente gratificante servindo como estímulo para o desenvolvimento
integral da criança que começarão a sentir as aulas mais agradáveis e
prazerosas, pois com esse pensamento lúdico, pretende-se melhorar a auto
estima, o aprendizado, o interesse pela as aulas, o raciocínio e uma
vontade de aprender matemática de uma forma diferenciada, divertida. Mas
com objetivos pedagógicos voltados para a alfabetização matemática na
vida estudantil das crianças.
E que ao participarem dessas aulas diferentes,
prazerosas, distanciem de seus pensamentos a idéia de que matemática é
difícil, complicada, cheias de regras e cálculos. No decorrer do
trabalho fica claro que os jogos é um recurso pedagógico eficaz se forem
bem articulados e planejados pelo professor, contribuindo assim para a
construção do conhecimento matemático da criança, agindo como um
contribuinte no processo de alfabetização matemática.
Durante o trabalho foi colocado uma definição do
termo Lúdico, quando se refere a brincadeiras, a momentos de diversão,
onde estão incluídos os jogos, brinquedos e, brincadeira, como sendo um
aliado e por está auxiliando nas aulas de matemática, teve destaque
também a importância do lúdico no ensino de matemática, principalmente
nas series iniciais e suas contribuições no auxilio das aulas de
matemática bem como distanciar dos estudantes o bloqueio que sentem pela
disciplina.
Diante do que foi exposto deixa claro a importância
de se trabalhar a disciplina de matemática nas séries iniciais (infantil
e fundamental I) com o auxilio do lúdico que serve de ferramenta
facilitadora na compreensão dos estudantes na disciplina em questão,
colocando em pratica durante as aulas e reconhecer o quanto o lúdico, os
jogos podem enriquecer ainda mais as suas aulas, e em especial as aulas
de matemática, distanciando os bloqueios adquiridos a muito tempo
atrás, com relação a matemática, deixando claro ao professor, que ele
sempre deverá buscar inovar e renovar sua metodologia em sala de aula,
usando a criatividade, buscando as melhores formas para facilitar no
processo de ensino-aprendizagem da matemática pelas crianças.
Referências Bibliográficas
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