Em uma sala de aula de qualquer faculdade de
informática, física, engenharia ou matemática, é evidente a predominância de
estudantes do sexo masculino. Em compensação, cursos de comunicação e letras
têm vagas preenchidas por mulheres, na sua maioria. Essa facilidade em uma ou
outra área pode ter origem também biológica.
Por outro lado, mulheres aprendem a ler e
escrever mais cedo e, em geral, conta Souza, "são mais eficientes em
tarefas envolvendo palavras e significados". Elas também têm maior
facilidade de recuperar a fala depois de acidentes com traumas em regiões
responsáveis por essa função. Isso não tem explicação científica definitiva,
mas estudos mostram que homens têm o cérebro bem maior do que as mulheres - com
algo em torno de 4 bilhões de neurônios a mais -, enquanto o corpo caloso,
parte responsável pela comunicação entre os hemisférios cerebrais, é mais
desenvolvido nelas. "A gente imagina que essas diferenças anatômicas devam
resultar em diferenças funcionais, mas de que maneira não está claro
ainda", conta o pesquisador.
Um estudo feito pela Universidade da
Califórnia e pela Universidade do Novo México, nos Estados Unidos, aponta que
uma das razões pelas quais homens e mulheres teriam diferentes desempenhos nas
áreas de humanas e exatas pode, sim, ser biológica. A pesquisa concluiu que
homens pensam mais com a área cinzenta do cérebro, enquanto mulheres usam mais
a parte branca do órgão. A cinzenta é a área mais relacionada com o processamento
de informações, e a branca, com a comunicação.
Outro ponto interessante apontado por Souza é
que até certa idade escolar, perto do fim da infância, meninas apresentam
desempenho mais satisfatório em todas as áreas, inclusive nas exatas, mas que
esse quadro se inverte quando chega a puberdade. Ricardo Camelier, professor de
matemática da escola e do cursinho pré-vestibular QI, do Rio de Janeiro, diz
que percebe, em geral, um maior empenho das meninas em sala de aula e,
consequentemente, melhores notas. Ele, que também leciona no curso de física da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirma que há ainda uma predominância
masculina nas faculdades ligadas às exatas.
Ainda que haja mais facilidade masculina nas
disciplinas de matemática e física, Souza deixa claro que fatores culturais e
outras variáveis como o ambiente no qual a criança se desenvolve são
determinantes na hora de escolher um curso superior.
Portanto, a maior facilidade em uma área não
é a questão mais importante na hora de escolher uma carreira. Ele dá um exemplo
próximo: "Eu tenho uma irmã mais nova que é engenheira. Geralmente, as
meninas não se interessam por isso, mas como nasceu em uma família de
engenheiros, ela fez engenharia, mestrado na área, e agora faz doutorado no Canadá.
Então, esse elemento ambiental exerce grande influência".
Pesquisa concluiu que homens pensam mais com
a área cinzenta do cérebro, enquanto mulheres usam mais a parte branca do
órgão.
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